Quando falamos em implantes dentários, muitas pessoas imaginam apenas o procedimento final – aquele pino de titânio sendo colocado e, posteriormente, a coroa que vai substituir o dente. Porém, para muitos pacientes, existe uma etapa crucial que precede a colocação do implante: o enxerto ósseo.
Em meus 17 anos de experiência clínica, tenho observado um número crescente de casos onde a reconstrução óssea se faz necessária para viabilizar o tratamento com implantes. Dados do último Congresso Brasileiro de Implantodontia apontam que aproximadamente 40% dos pacientes que buscam implantes necessitam de algum tipo de enxerto ósseo prévio.
Mas afinal, quais são as opções disponíveis? Quando cada uma é indicada? Vamos mergulhar neste universo que faz toda a diferença no sucesso dos implantes dentários.
Antes de explorarmos os tipos de enxerto, é fundamental entender por que eles são necessários. Quando perdemos um dente, o osso que o sustentava começa a se reabsorver – é um processo natural do organismo. Sem estimulação constante, aquela região óssea vai gradualmente diminuindo em volume e densidade.
“Quando perdi meus dentes anteriores num acidente, não imaginava que precisaria reconstruir o osso. Meu dentista explicou que após dois anos sem dentes, já havia perdido quase 40% do volume ósseo naquela região”, relata Paulo, 42 anos, engenheiro.
O implante dentário precisa de uma base sólida para se integrar adequadamente. Sem osso suficiente, o implante pode falhar ou nem mesmo ser possível. É como tentar construir uma casa sem fundações adequadas.
Este é considerado o “padrão ouro” dos enxertos ósseos. O material é retirado do próprio paciente, geralmente de áreas como o queixo, ramo mandibular ou, em casos mais complexos, da crista ilíaca (osso do quadril).
Vantagens:
Desvantagens:
“Optei pelo enxerto autógeno retirado do meu queixo. O pós-operatório foi um pouco mais incômodo, mas valeu cada segundo. Após seis meses, o osso estava completamente integrado e pude receber meus implantes”, conta Marina, 53 anos, professora.
Proveniente de bancos de ossos, este material é processado, esterilizado e testado rigorosamente para garantir sua segurança. É uma excelente alternativa quando não se deseja uma segunda área cirúrgica.
Vantagens:
Desvantagens:
Estudos recentes do Journal of Oral Implantology demonstram taxas de sucesso superiores a 95% para enxertos alógenos em reconstruções para implantes, quando realizados em condições adequadas e por profissionais experientes.
Geralmente de origem bovina ou suína, estes materiais são extensivamente processados para remover qualquer componente orgânico, resultando em uma estrutura mineral biocompatível.
Vantagens:
Desvantagens:
“Fiquei apreensiva ao ouvir sobre enxerto de origem bovina, mas meu dentista explicou detalhadamente o processo de desproteinização que o material passa. O resultado foi ótimo e consegui colocar dois implantes na região posterior”, relata Sandra, 61 anos, aposentada.
São materiais produzidos em laboratório, como hidroxiapatita, fosfato tricálcico ou vidros bioativos. Representam uma alternativa cada vez mais utilizada.
Vantagens:
Desvantagens:
“O enxerto sintético foi a escolha para meu caso. Gostei da ideia de não envolver material humano ou animal. Após oito meses, realizei a tomografia e o resultado foi surpreendente”, compartilha Ricardo, 47 anos, advogado.
Na minha prática clínica, tenho observado resultados cada vez melhores com a combinação de diferentes tipos de enxerto. Por exemplo, misturar uma pequena quantidade de osso autógeno (que contém células vivas) com materiais xenógenos (que fornecem estrutura) pode potencializar os resultados.
Outra abordagem promissora é a utilização de fatores de crescimento derivados do sangue do próprio paciente, como o PRF (Fibrina Rica em Plaquetas) ou o PRP (Plasma Rico em Plaquetas), em conjunto com os materiais de enxerto.
A revista International Journal of Oral & Maxillofacial Implants publicou em 2023 um estudo demonstrando ganho de volume ósseo 30% superior quando técnicas combinadas são utilizadas, em comparação com o uso isolado de um único tipo de material.
A seleção do tipo de enxerto ideal depende de diversos fatores:
“Cada caso é único. O que funciona perfeitamente para um paciente pode não ser a melhor opção para outro. Por isso, realizo uma avaliação criteriosa com exames de imagem de alta precisão antes de recomendar qualquer tipo de enxerto”, explico aos meus pacientes.
O enxerto ósseo não deve ser visto como um obstáculo, mas sim como uma etapa fundamental que aumenta significativamente as chances de sucesso dos implantes a longo prazo. Com a variedade de materiais disponíveis atualmente, é possível encontrar a solução ideal para cada situação clínica.
Se você está considerando implantes dentários e seu dentista mencionou a necessidade de enxerto ósseo, mantenha-se positivo. Esta etapa adicional pode ser justamente o que garantirá que seu implante permaneça estável e funcional por muitos anos.
Como sempre digo aos meus pacientes: “Um bom implante começa com um bom alicerce – e esse alicerce é o osso.”
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