Descobri o poder do Botox para tratar o bruxismo quase por acidente. Uma paciente que tratava há anos com placas de mordida veio ao consultório para uma avaliação de rotina e mencionou, casualmente, que suas dores de cabeça tinham desaparecido após fazer Botox estético. Aquilo me intrigou.
Tenho visto cada vez mais pacientes sofrendo com bruxismo – esse hábito de ranger ou apertar os dentes que parece estar se tornando uma epidemia silenciosa nos dias de hoje. Não é para menos: vivemos tempos ansiosos. Estresse no trabalho, preocupações financeiras, problemas familiares… tudo isso tende a se manifestar durante o sono, quando não temos controle sobre nossos músculos da mastigação.
“Eu tinha vergonha de dormir na casa do meu namorado,” me contou Marina, uma designer de 34 anos. “Ele dizia que o barulho dos meus dentes rangendo parecia uma construção. Acordava com dores horríveis e com vergonha de estar destruindo meus dentes.”
Marina é apenas um dos muitos rostos do bruxismo que vejo semanalmente no consultório. Depois de tentar várias placas de mordida (que ela frequentemente quebrava) e sessões de fisioterapia, decidimos tentar o Botox. Hoje, dois anos e quatro aplicações depois, ela diz que sua qualidade de vida mudou completamente.
Para entender isso de forma simples, precisamos pensar em músculos hiperativados. O masseter (aquele músculo que você sente quando aperta os dentes na lateral do rosto) de uma pessoa com bruxismo é como um motor trabalhando sem parar, mesmo quando deveria estar descansando.
O Botox faz esse músculo “tirar férias forçadas”. Não é que ele paralise completamente – ninguém quer ficar sem poder mastigar! – mas ele reduz significativamente a capacidade desse músculo de se contrair com força total.
Lembro de quando Pedro, um executivo de 45 anos, veio ao consultório com o masseter tão desenvolvido que parecia um fisiculturista facial. “Minha esposa diz que pareço um hamster guardando comida,” brincou, constrangido. Três meses após a primeira aplicação de Botox, além da redução das dores, o rosto dele estava visivelmente mais harmônico.
Seria irresponsável da minha parte prometer que o Botox é a cura definitiva para o bruxismo. Não é. Como explico aos meus pacientes, trata-se de um controle temporário dos sintomas – mas que faz uma diferença enorme na qualidade de vida.
Nos últimos oito anos tratando bruxismo com toxina botulínica, observei que:
“Achei que seria apenas mais uma tentativa frustrada,” confessou Antônio, professor universitário de 52 anos com histórico de bruxismo severo. “Já tinha gasto uma fortuna em tratamentos e ainda acordava com dor. Depois do Botox, passei a dormir melhor e minha esposa diz que parei de fazer aquele barulho terrível durante a noite.”
Sempre gosto de ser sincera com meus pacientes. O tratamento com Botox para bruxismo tem suas limitações:
Tive uma paciente, Juliana, que depois da primeira aplicação me ligou assustada: “Doutora, estou falando um pouco estranho e não consigo mastigar direito!” Tranquilizei-a explicando que esse efeito era temporário e diminuiria em alguns dias, o que de fato aconteceu. Na segunda aplicação, ajustamos a dose, e ela não teve mais esse problema.
Depois de centenas de aplicações, desenvolvi uma abordagem própria:
Começo com uma conversa sincera sobre expectativas. Explico que o Botox não vai “curar” o bruxismo, mas vai dar um alívio significativo das dores e proteger os dentes.
Faço questão de avaliar a função muscular pedindo para o paciente apertar os dentes enquanto palpo seus masseteres. É incrível como alguns músculos são tensos como pedras!
Prefiro começar com doses mais conservadoras e ir ajustando nas sessões seguintes. Já vi pacientes que precisaram de apenas metade da dose padrão e outros que necessitaram de doses mais altas para sentir efeito.
Jorge, um dentista de 50 anos que sofria com bruxismo, ficou impressionado após eu tratar seu caso: “Como profissional, sempre fui cético sobre usar Botox para bruxismo. Achava que era mais marketing que resultado. Estou comendo meu chapéu de ceticismo agora, porque finalmente posso dormir sem acordar com dor.”
Depois de anos tratando bruxismo com diferentes abordagens, vejo o Botox como uma ferramenta valiosa, mas não como solução única. Sempre recomendo uma abordagem combinada:
Como disse à Fernanda, uma paciente ansiosa que sofria com dores intensas: “O Botox vai acalmar seus músculos, mas precisamos também acalmar sua mente. Um não funciona sem o outro a longo prazo.”
Estamos apenas no começo da compreensão do potencial da toxina botulínica para problemas funcionais como o bruxismo. Lembro-me de como, há 15 anos, quando mencionei usar Botox para bruxismo em um congresso, fui vista com desconfiança por colegas mais conservadores.
Hoje, é um tratamento reconhecido e cada vez mais adotado. E o que me deixa mais feliz não são os artigos científicos publicados, mas os sorrisos sem dor dos meus pacientes quando retornam para as consultas de acompanhamento.
Como disse Beatriz, uma paciente de 38 anos após sua terceira aplicação: “Doutora, acho que esqueci como era sentir dor na mandíbula pela manhã. E meu marido diz que finalmente pode dormir sem tampões de ouvido!”
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